A transição energética está associada a mudanças na estrutura da matriz energética mundial. Entre os condicionantes que embasam essa transição, estão o desenvolvimento sustentável, as mudanças climáticas, as inovações tecnológicas, a digitalização, o uso eficiente dos recursos energéticos e as fontes de baixo carbono. Propõe uma transformação no jeito de produzir e consumir energia, visando reduzir a dependência das fontes fósseis, por meio da adoção de fontes limpas e renováveis.

A representação da Classe Trabalhadora e a “TRANSIÇÃO JUSTA NA INDUSTRIA”

O evento foi realizado pela IndustriALL-Brasil, IndustriALL Global Union, pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e Sask (Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia) e teve a participação de vários representantes da classe trabalhadora, Ramo Químico da CUT, FUP, Dieese e dirigentes.

Vários pontos de destaque:

“Voltamos a ter acesso ao governo e devemos discutir a transição justa, devido ser um tema muito amplo e apenas em debate direto com os empregadores seria muito difícil. Ministro do trabalho (Marinho) já está ciente do debate. Demonstrando a importância e o quanto é essencial a mediação do governo. Tecnologia é um processo irreversível e não adianta lutar contra. Temos que discutir e adaptar, para mantermos competitividade e estamos num processo de reindustrialização, com a participação do movimento sindical. ” (Edson Dias Bicalho)

“Muito gosto, começar essa relação com a industrial brasil, considerando um passo muito importante. Organizações de apoio e solidariedade e contribuição na forma de projetos em atividades especificas, experiências e estudos que podem avançar nessas temáticas. ” (Anna Perttula – SASK – Finlândia)

O centro do debate tem que ser os trabalhadores. As mudanças das matrizes energéticas afetam diretamente no mundo: meio ambiente; sociedade; relações de trabalho. Não teremos transição justa sem a participação dos sindicatos. Sofreremos uma imposição se não houver o debate e participação do movimento sindical, da sociedade civil e do governo. (Marino – IndustriALL global)

Precisamos compreender o que seria a transição justa, o que as mulheres, juventude, pensam do que seria essa transição justa. O debate é importante, mas ele não é feito e por isso a importância da IndustriALL para intermediar o tema. Precisamos debater com mais frequência, é de responsabilidade de todos. (Lu Varjão – CNQ/IndustriALL global)

OIT (Organização Internacional do Trabalho),

“uma transição energética justa é urgente, indispensável e possível”, disse o diretor do departamento de Empresas da OIT, Vic Van Vuuren. “Uma transição justa significa maximizar os ganhos econômicos e sociais, ao mesmo tempo em que administra com eficácia os riscos na transformação econômica, tecnológica e social. ”

“O Pacto Empregos Verdes para a Juventude, que será lançado em 9 de novembro, após a cerimônia de abertura do Pavilhão de Transição Justa, é uma parceria entre a OIT, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Comissão União, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( PNUMA), o grupo de crianças e jovens da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (YOUNGO) e o LinkedIn. O pacto visa fechar a lacuna de habilidades dos jovens nos países em desenvolvimento e almeja os setores vulneráveis ao clima. ”

“Há evidências claras de que haverá mais ganhos para a economia e para as pessoas do que perdas. Esta Declaração ajudará a assegurar que estruturas de políticas abrangentes e coerentes sejam implementadas para que ninguém seja prejudicado pela transição para economias mais verdes. ”

Maicon Borges – Sidiquímicaba / CNQ-CUT

O nosso debate, do âmbito da representação da classe trabalhadora, é nos colocarmos em destaque e de forma essencial e prioritária na tomada de decisões. Os trabalhadores são os menos culpados por todo problema da crise energética socioambiental. Desde 2015 estamos debatendo e o que temos construído em favor dos trabalhadores desde então? Os grandes “moinhos de vento” que já estão sendo massivamente enraizados no interior da Bahia – por exemplo – geram quais empregos? Quantos trabalhadores daquela região foram treinados para garantir uma renda de qualidade na região? O setor de Petróleo, provavelmente o que será bastante atingido, já está providenciando a capacitação e migração dos postos de trabalho de qualidade?

Reconheço e reafirmo todas as necessidades e todas as perspectivas em torno do debate das Transições Energéticas – Econômicas, Ambientais, Sociais, Desenvolvimento Sustentável e etc. Porém, O debate não poderia avançar enquanto não tivermos projetos, propostas, políticas de desenvolvimento e etc., principalmente, para a Juventude Trabalhadora formalizada deste País.

 

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