Reforma trabalhista não gera empregos prometidos e aumenta o trabalho precário
Desemprego no Brasil bate recorde de 14,4% e atinge cerca de 14 milhões de brasileiros. A farsa neoliberal desmorona o país
A promessa da Reforma Trabalhista, celebrada pelo patronato com apoio da grande mídia, era a geração de empregos no país. Após três anos da aprovação, chegamos a quase 14 milhões de brasileiros desempregados.
Mesmo antes da pandemia já tínhamos ultrapassado os 12 milhões de pessoas sem emprego no Brasil. Além da perda dos postos de trabalho – 12 milhões em apenas um ano de governo Bolsonaro, a maioria com carteira assinada -, a Reforma Trabalhista trouxe mais informalidade e contratos precarizados.
Nunca o trabalhador foi tão desrespeitado em seus direitos.
A reforma tornou legítimas novas formas de contratação como o trabalho temporário, intermitente, por hora, e outras lógicas de exploração que deixam o trabalhador vulnerável à sanha capitalista e à informalidade.
Por exemplo, no trabalho intermitente, o trabalhador é chamado a prestar serviços uma ou duas vezes por semana – ou só nos finais de semana – podendo ganhar menos de um salário mínimo por mês. O salário mínimo deixou de ser a menor remuneração possível de um trabalhador.
A intenção do governo é igualar os direitos do trabalhador formal ao informal, ou seja, sem direitos algum.
A terceirização, além da relação de insegurança que traz para os direitos da classe trabalhadora, não garante a qualidade dos serviços prestados à sociedade. Exemplo extremo foi o assassinato por espancamento do cidadão João Alberto Freitas, em uma loja Carrefour de Porto Alegre, em novembro. Um dos criminosos era de uma empresa que prestava serviço de segurança para o supermercado e o outro um policial militar temporário. A mesma rede já foi envolvida em outros casos de violência, assim como outros supermercados que adotam relações precarizadas de terceirização de serviços. Quando um acidente ou crime ocorre ninguém quer assumir a responsabilidade.
Outro golpe da Reforma Trabalhista contra os trabalhadores foi o enfraquecimento do movimento sindical, que historicamente vem tendo sua importância deturpada pela imprensa hegemônica em parceria com as elites econômicas deste país. Ao atacar os sindicatos, a Reforma Trabalhista trouxe insegurança jurídica aos trabalhadores nas negociações coletivas e também na prevenção diante de tensões como as colocadas pela pandemia do coronavírus.
Imagine o que seria da nossa categoria neste momento de crise econômica e sanitária sem a atuação firme do Sindiquímica na defesa dos direitos dos trabalhadores e de condições dignas de trabalho com segurança e prevenção.
A farsa neoliberal desmontada pelo número recorde de desemprego no Brasil reforça o que o movimento sindical defende desde sempre: não se gera emprego e renda com retirada de direitos. A geração de emprego depende do desenvolvimento econômico e da qualidade de vida da classe trabalhadora, agente essencial na dinâmica da economia, como prioridade de governos e empresas.
Precisamos nos manter unidos, fortalecendo nossas lutas coletivas e a defesa dos nossos direitos.