Nesta terça-feira, 19/09, o diretor do Sindiquímica Bahia, Alfredo Santos Junior, e Apulcro Mota, representando os trabalhadores da Bahiagás, participaram de uma Audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir as consequências negativas da privatização da Bahiagás pelo governo da Bahia.
Na oportunidade, deputados de diferentes partidos e estados do país manifestaram apoio à luta contra a venda da estatal e pelo fortalecimento do governo em setores estratégicos para o país, como é o caso da área de energia, gás e combustíveis.
“Vivemos uma contradição entre o que vem acontecendo no governo federal e o que está sendo encaminhado pelo governo da Bahia em relação à Bahiagás. Enquanto a gente debate aqui a alta dos preços dos combustíveis em função da privatização da refinaria, enquanto temos na Bahia a gasolina mais cara do país, temos o segundo GNV mais barato do país justamente por ter a Bahiagás estatal. É um contrassenso”, disse Alfredo para os parlamentares.
Para o sindicalista não se trata de uma simples privatização, mas de entregar à iniciativa privada um mercado estratégico para a economia do país.
“Assim como a refinaria, mais do que discutir aqui a venda dos ativos, a gente está falando de um mercado cativo. Porque a Bahiagás detém hoje a única distribuidora de gás natural de todo o estado da Bahia”.
Apulcro Mota expressou a preocupação dos mais de 250 trabalhadores diretos da Bahiagás e outras dezenas de trabalhadores impactos pela cadeia de distribuição de gás natural, que serão atingidos com a venda da empresa que se encontra em momento de eficiência e lucratividade.
“A Bahia já ensinou de forma inequívoca como não se privatizar. A gente privatizou a Refinaria Landulpho Alves e foi esse desastre. A gente privatizou a Coelba e também foi um desastre. Agora, pensa em privatizar uma empresa enxuta, lucrativa, estratégica, sem nenhuma justificativa e na contramão do governo federal”, destacou Apulcro.
O trabalhador falou dos interesses que rondam a empresa desde a sua fundação em 1994.
“Essa lei que permite a privatização já existe desde 1997. Ou seja, três anos depois de criada a empresa, quando a Bahiagás só tinha oito funcionários concursados, era um embrião, e já se pensavam em privatizar. Mas ninguém privatizou nesse período. Por que? Porque carecia de investimentos. Se esperou que o estado investisse. Hoje, que a Bahiagás está investindo no maior gasoduto construído para uma concessionária de gás do país, depois que já está tudo investido, aí vale a pena privatizar a segunda maior empresa de distribuição gás natural do Brasil”, criticou Apulcro Mota.
A sessão repercutiu nos corredores do Congresso Federal e parlamentares fizeram questão de tirar fotos e manifestar seu apoio à não privatização da Bahiagás.