Sindiquímica cobra solução imediata para trabalhadores da Unigel

A diretoria do Sindiquímica Bahia, junto com trabalhadores da Unigel Agro BA (Fafen-BA), se reuniram nesta segunda-feira, 06/11, na Assembleia Legislativa da Bahia, com os deputados estaduais Rosemberg Pinto e Robinson Almeida, ambos do Partido dos Trabalhadores, para discutir a situação da empresa, após o anuncio da paralisação das atividades na Bahia, feito no dia 1º de novembro pela Proguigel.

Estiveram presentes também a presidente da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT), Leninha,  representantes da CNQ (Confederação Nacional dos Químicos) e do MSI, Macro Setor da Indústria da CUT. Todos concordaram com a urgente necessidade de unir esforços para a proteção dos postos de trabalho dos quase 400 trabalhadores afetados com essa paralisação e mais outras dezenas que compõem a cadeia de produção de fertilizantes nitrogenados na Bahia.

A decisão sobre os rumos da operação da Unigel, da Bahia e Sergipe, está nas mãos do Governo Federal e da Petrobras, estatal que pode assumir as atividades da empresa e absorver a profissionais. São 384 funcionários (264 diretos da Unigel Bahia) que já estão cumprindo aviso prévio determinado pela Proquigel em uma situação tensa, de apreensão com o futuro. São centenas de homens e mulheres, chefes de família que dependem do emprego para planejamento e organização da sua vida pessoal e familiar.

Essa indecisão gera um desgaste psicológico e emocional, não apenas para os trabalhadores da Unigel, mas também para toda a cadeia produtiva que acaba sendo afetada. A oferta de fertilizantes é uma questão de interesse nacional e atinge diretamente a economia e a dinâmica industrial da Bahia.

Para o Sindiquímica independentemente da decisão encontrada, o mais importante é seja uma solução imediata e que garanta os postos de trabalho e a tranquilidade laboral dos trabalhadores.

Propostas
Com a paralisação e aviso prévio dos trabalhadores, a Unigel tenta um contrato de Tolling com a Petrobras. Nesse acordo, há a formalização da terceirização da atividade fim, ficando a Petrobras responsável por fornecer o gás natural para a Unigel, que iria industrializar o gás e devolver para a Petrobras na forma de amônia e ureia.

A Proquigel alega que vem operando a unidade da Unigel na Bahia, produtora de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, de forma deficitária desde o final de 2022, especialmente em razão do alto custo do gás natural fornecido pela Petrobras que torna o preço final dos fertilizantes impraticável face aos preços praticados no mercado internacional.

Já a proposta defendida pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) é para a devolução das unidades da Bahia e Sergipe para a Petrobras com operação assistida, serviço a ser prestado pela própria Unigel e seus trabalhadores, semelhante ao feito durante a desastrosa privatização da Refinaria Landulpho Alves pelo Governo Bolsonaro, cujos prejuízos a sociedade baiana sente ainda hoje, pagando o combustível mais caro do país.

O prazo desse contrato, diferente do previsto no Acordo de Tolling, precisa garantir tempo suficiente para a realização de concurso público, contratação e treinamento dos novos trabalhadores, permitir o retorno dos companheiros que foram transferidos compulsoriamente da Bahia e Sergipe – que tiveram suas vidas e saúde muito prejudicadas –, além de dar a possibilidade dos trabalhadores da Unigel organizarem suas vidas ao longo desse período, tendo a oportunidade inclusive de participar dos concursos públicos a serem abertos. Tudo isso sem precisar parar a produção.

Nos últimos meses, a diretoria do Sindiquímica já vinha buscando o diálogo com representantes da Petrobras, do governo da Bahia e do governo federal, parlamentares e da própria Unigel, cobrando o retorno das operações da fábrica e a garantia da manutenção dos postos de trabalho.

São trabalhadores especializados, alguns vindos de outros estados ou de outras indústrias da Bahia, que investiram na formação profissional e organizaram suas vidas e das suas famílias a partir da expectativa gerada pelo trabalho na Unigel. Cerca de 30% dos funcionários realizaram qualificação no Senai Cimatec e desempenham o primeiro emprego.

A preocupação Sindiquímica Bahia, enquanto entidade que defende os direitos dos trabalhadores é a garantia imediata dos postos de trabalho. Independentemente da solução encontrada, lutamos para que todos os trabalhadores sejam aproveitados.

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