O movimento organizado do sindicato na época parou por 16 dias o Polo Petroquímico de Camaçari.

O Sindiqúimica Bahia mostrou mais uma vez o papel fundamental da classe trabalhadora em reivindicar os seus direitos de maneira organizada, nesta sexta-feira (5), na cerimônia de celebração aos 40 anos da grande greve do Polo Petroquímico de Camaçari.

O movimento grevista, deflagrado em 27 de agosto de 1985, entrou para a história do sindicalismo brasileiro como uma das maiores e mais emblemáticas mobilizações da classe trabalhadora no processo de redemocratização do país em um movimento articulado pelos trabalhadores desde o ano de 1979.

Na época, os operários buscavam a melhoria de direitos, o adicional de turno comparado ao que era pago pela Petrobras e, principalmente, dizer “não” às repressões herdadas da Ditadura Militar.

O primeiro presidente do sindicato, Valter Ribeiro, falou com orgulho sobre o movimento. “Nós mostramos ali que o trabalhador unido, organizado é imbatível. Ali estava desenhado para todos nós o nosso papel como operários de não aceitar mais maus tratos. Hoje só tenho orgulho de cada um de nós que viveram aquilo. Um ato que, acima de tudo, foi de coragem”.

Muitos trabalhadores perderam emprego, sustento e dignidade. Alguns foram marcados pelo trauma, perseguição e nunca conseguiram se recuperar totalmente. Mas os trabalhadores seguiram na luta e, em 2008, a primeira Caravana da Anistia chegou a Salvador para julgar os primeiros processos dos demitidos.

Em 2012, em Camaçari, mais de uma centena de casos foram reconhecidos, garantindo aos trabalhadores o direito de serem declarados anistiados políticos, com reparações econômicas e trabalhistas.

“Eu quero parabenizar a todos nós que tivemos naquele movimento histórico para o Brasil. Lutamos com unhas e dentes pelos nossos companheiros e conseguimos vencer”, declarou o atual diretor do Sindiquímica, José Pinheiro.

Também participaram da solenidade a presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Leninha Valente, a presidente da Comissão de Anistia, Ana Maria Lima de Oliveira; Diva Santana do Grupo Tortura Nunca Mais, além de sindicalistas, parlamentares e autoridades.

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