Campanha Salarial Químicos e Petroquímicos
Patronato não avança em mais uma rodada de negociação
Mais uma reunião de negociação da Campanha Salarial do Setor Químico e Petroquímico ocorreu nesta quinta-feira, 21/09, entre o Sindiquímica Bahia e o Sinpeq, sindicato que representa as empresas do setor. Mais uma vez, o patronato se mostra insensível à realidade da classe trabalhadora e ignora as transformações políticas e econômicas do país neste ano, que tem garantido ganho real a diversas outras categorias profissionais.
O Sinpeq insiste na proposta de aplicação de 4,06%, correspondente ao INPC do período, aplicado sobre o piso salarial e sobre os benefícios de auxílio à educação, auxílio creche e auxílio filhos com necessidades especiais. O índice sugerido apenas repõe as perdas inflacionárias e não garante nenhuma melhora no poder de compra dos trabalhadores.
O Sindiquímica reafirma que esse ano a negociação abrange todos os itens da Convenção Coletiva do Trabalho e não apenas as cláusulas econômicas. Portanto, insistimos que o patronato deve se debruçar sob toda a pauta de reivindicações apresentada pelos trabalhadores.
O Brasil vive um cenário de redução da taxa de juros, previsão de crescimento econômico cada dia melhor e quase todas as categorias profissionais que estão negociando com data base em 2023, estão conseguindo ganhos reais.
Apesar do ciclo de baixa do setor químico, é de conhecimento público que as empresas do setor são indústria de capital intensivo e a folha de pagamento não tem qualquer influência na viabilidade e lucratividade do negócio. Também é verdade que nos últimos seis anos, em meio à crise e a paralisação em outras áreas, o setor químico se manteve ativo e teve um crescimento econômico importante.
Mesmo assim, se aproveitou da conjuntura política que o país enfrentava para implantar uma política de arrocho salarial, com reajustes limitados à reposição da inflação, enquanto despesas com planos de saúde, que é descontado do salário, teve aumento acima da inflação
Agora que o país vive uma nova conjuntura política, de valorização do salário mínimo e todas as categorias profissionais voltaram a ter ganho real, o setor químico baiano não pode ser a exceção, que permanecerá no atraso, reduzindo o poder de compra dos trabalhadores.
A diretoria do Sindiquímica rejeita a proposta patronal, porém, em respeito ao processo democrático, o sindicato fará assembleia nas fábricas, com os trabalhadores e trabalhadoras, e trará a resposta oficial na próxima reunião, agendada para o dia 5 de outubro.
Esse é a nossa vez de garantir ganhos reais. Não abriremos mão dos nossos direitos.