Nota do Sindiquímica sobre as próximas Eleições para o Governo da Bahia
O Sindiquímica Bahia vem a público, através desta nota, reafirmar sua independência e autonomia política a partidos e governos. Ao mesmo tempo em que reafirma seu compromisso inabalável com a classe trabalhadora e, desta forma, vem manifestar o que se espera de qualquer candidato ou candidata comprometido/a com a classe trabalhadora.
No momento em que vivemos uma crescente das forças conservadoras e do fascismo no Brasil, torna-se fundamental não apenas a conquista da máquina estatal, mas principalmente a disputa das forças sociais que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária e, para isso, precisamos eleger candidatos e candidatas comprometidos/as em reverter as mazelas causadas pelo fascismo pós golpe de 2016.
Precisamos de celeridade e unidade na construção desse enfretamento e não podemos permitir que nossos antagonistas de classe cresçam, se aproveitando das disputas internas do campo progressista.
O ano de 2022 marcará fortemente o enfretamento de duas visões antagônicas de sociedade. Acreditamos que tais visões possuem interesses inconciliáveis, por isso precisamos eleger não apenas gestores, mas militantes historicamente comprometidos com as causas e valores inalienáveis da classe trabalhadora.
Precisamos de uma candidatura acolhedora, que abrace a população mais carente, que enfrente as forças conservadoras instaladas na sociedade e na própria máquina estatal, que não permita a escalada da violência policial que chacina jovens negros nas periferias. Precisamos de alguém com sensibilidade e firmeza na indignação diante da violência contra as mulheres, atuando contra o feminicídio e na promoção do protagonismo e do respeito às mulheres, em suas mais diversas possibilidades de atuação política, social, profissional e cultural.
Precisamos que o/a próximo/a chefe/a do executivo baiano seja mais que um gestor da máquina pública, precisamos que assuma o papel de liderança na luta contra as privatizações; que seja um lutador/a incansável pela revogação das reformas trabalhista e previdenciária; e que valorize os servidores públicos e suas contribuições fundamentais para a efetividade das políticas públicas. Precisamos de alguém com posições firmes, que compreenda as demandas e pautas da classe trabalhadora e lute por elas ombro a ombro conosco.
Entendemos ainda que, independentemente do resultado das eleições, a luta pela emancipação da classe trabalhadora não se encerra nas eleições. Disputar os rumos do próximo governo talvez seja tão ou mais difícil que a disputa eleitoral que se avizinha. Tendo em vista que a disputa central se dará no plano federal, precisamos ter no governo do Estado da Bahia uma liderança que some forças nesta luta.
Encerramos essa nota da mesma forma que começamos, reafirmando a nossa independência e autonomia sindical e deixando nítido que, apesar de não estarmos atrelados a nenhum partido político, temos um lado que é o lado da classe trabalhadora e do povo mais sofrido desse país.
Desta forma iremos lutar sempre e com todas as nossas forças para que tenhamos nos cargos públicos pessoas que comungam dos mesmos valores que nós e que sejam aliados na luta contra as privatizações; pelo fim do genocídio do povo negro; pela redução da letalidade policial; pela revogação das reformas trabalhista e previdenciária; pelo serviço público gratuito e de qualidade, com estrutura, incentivo e valorização do servidor; pelo fortalecimento da indústria nacional; na defesa da lei de conteúdo nacional; contra redução da maior idade penal; pela eliminação da fome e da insegurança alimentar, pelo fortalecimento da agricultura familiar e da produção de trabalhadores rurais, marisqueiras, ribeirinhos e pescadores artesanais; e no combate ao racismo, machismo, homofobia, capacitismo e toda forma de preconceito ou discriminação.
Salvador, 07 de março de 2022
Diretoria do Sindiquímica Bahia