Governo Lula 3 na quebra de braço com o Centrão
Todos nós sabemos que a eleição de Lula não resolve todos os problemas do país em um passe de mágica. Estamos acompanhando as dificuldades inerentes a um governo de coalização, que venceu a partir da junção de diferentes partidos, correntes e interesses políticos. Além disso, uma eleição tão polarizada garantiu a formação de uma Congresso conservador, contrário a avanços democráticos e a eliminação do ‘toma lá dá cá’ da política brasileira.
Por isso, movimentos sociais e entidades sindicais devem permanecer em alerta, unindo suas bases, para acompanhar e pressionar, para que o novo governo cumpra com as transformações prometidas.
Os primeiros meses da gestão Lula III já demonstram a quebra de braço entre as iniciativas do novo governo para reconstruir o país devastado pela era Bolsonaro e os parlamentares do chamado Centrão, que buscam manter seus privilégios, as chantagens por verbas e a tentativa constante de boicotar o mandato do presidente de forte apoio popular. O Brasil vive uma invenção de parlamentarismo, com o presidente da Câmara gozando de prerrogativas que esvaziam as propostas do presidente eleito. Exemplo disso foi a dificuldade em aprovar as mudanças nos ministérios, com a criação de esferas importantes como o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Ministério da Igualdade Racial e a retomada do Ministério da Cultura. Depois de muitas manobras, o Governo conseguiu aprovar e evitar que o país mantivesse a mesma estrutura da caótica gestão anterior. Foi difícil.
Para a classe trabalhadora, Lula chegou dando ganho real ao salário mínimo, motivando diversas categorias do primeiro semestre que já conseguiram acordos com melhorias e ganho real em seus salários. Nesse clima de avanço, convocamos a categoria para mobilização para nossas campanhas salariais do segundo semestre, em busca de avanços nas Convenções Coletivas. Precisamos de todo mundo. Sem luta não haverá conquistas.