Em resposta à polêmica das sacolas plásticas, Sindiquímica defende transição justa e investimento na indústria baiana

Apesar da Câmara voltar atrás e exigir a distribuição gratuita de sacolas recicladas, biodegradáveis ou de papel, outras questões relacionadas ao meio ambiente e aos profissionais da indústria de Plásticos estão em pauta

O Sindiquímica Bahia, que representa os trabalhadores e trabalhadoras da indústria química, petroquímica e de plásticos, criticou a Lei Municipal nº 9699/2023 que, em seu artigo 4º, proibia a utilização e distribuição gratuita de sacos e sacolas plásticas não recicláveis.

Além da preocupação com os postos de trabalho no setor, a entidade defende uma transição justa, que reduza o consumo de plástico sem aumentar os gastos para o consumidor final, beneficiando tanto o meio ambiente, as indústrias e os trabalhadores.

No dia 11 de junho, a Câmara de Salvador votou o Projeto de Lei nº 101/2024, que agora permite aos empresários a opção de distribuir sacolas plásticas recicladas, biodegradáveis ou de papel. O diretor do Sindiquímica Bahia e da Central Única dos Trabalhadores (CUT Bahia), Alfredo Santos Júnior, afirma que “a cobrança de centavos pelas sacolas nunca iria produzir um impacto real na redução do consumo de plástico. Muitos produtos nos mercados ainda estão embalados em plástico, e as sacolas pagas muitas vezes substituem aquelas reutilizadas para o lixo”.

O Sindiquímica Bahia alerta que a importação de embalagens biodegradáveis de fora do estado gera prejuízos para a indústria de Bahia, colocando em risco os milhares de postos de trabalho que atendem ao setor. A entidade propõe, então, um incentivo à produção sustentável no Estado, a relocação dos trabalhadores e a geração de emprego com a transição sustentável nas indústrias da Bahia.

“Apesar das alternativas de embalagens biodegradáveis disponíveis no mercado, apenas substituir as embalagens por importadas não é suficiente. É preciso fomentar o desenvolvimento e a instalação de fábricas sustentáveis em território nacional”, defende Alfredo.

Da proposta sindical

O Sindiquímica Bahia propõe que haja a geração de emprego e renda local, ao mesmo tempo em que se fomentem indústrias sustentáveis para substituir gradualmente todas as embalagens não biodegradáveis por recicladas ou biodegradáveis.

“Nossas propostas atendem aos requisitos de preservação ambiental muito antes de se pensar em sacolas. Nós nos preocupamos com a destinação adequada dos resíduos sólidos, coleta seletiva universal, recuperação e preservação dos rios urbanos, e fomento de uma indústria de logística reversa para reciclagem de plásticos e outros materiais, como o vidro”, pontua Alfredo.

O Sindicato aponta ainda a necessidade de uma política ambiental que vise gerar emprego e renda, incentivando os seres humanos a cuidar do planeta sem condená-los ao desemprego e à precarização.

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