Amianto finalmente banido da indústria da Bahia
No último dia 31 de outubro, os trabalhadores da indústria química puderam finalmente respirar aliviados e celebrar o fim do ciclo de utilização do Amianto na Bahia, com o encerramento da operação nas unidades da Dow Química, de Candeias, que continham esse material altamente danoso à saúde.
Desde 1990, o Sindiquímica, junto à Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ) e demais sindicatos brasileiros filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), vem lutando pela proibição do uso do Asbesto, como também é chamado o Amianto, um minério comprovadamente cancerígeno, que causa danos ao meio ambiente e é proibido em diversos países, incluindo os Estados Unidos e União Europeia.
Nesta semana, os diretores do Sindiquímica acompanharam a presença de oficiais de justiça na unidade da Dow que, cumprindo decisão judicial, verificaram os lacres nos contêineres. Ao todo, o produto soma 98,2 toneladas, distribuídos em 3 contêineres, e mais um de armazenamento dos restos de limpeza das células. Todos devidamente lacrados. As sobras e os equipamentos contaminados devem ser aterrados pela empresa.
Estiveram presentes os diretores do Sindiquímicaba: José Pinheiro, Secretário Geral; Maicon Borges do Setorial Petroquímico e Fertilizantes da CNQ; e Francisco Carlos da Silva, diretor e aposentado da Dow, onde trabalhou por 45 anos.
“Essa é uma grande vitória dos trabalhadores. O banimento total da cadeia do Amianto é uma bandeira antiga do Sindiquímica. As pesquisas na área da indústria avançaram, oferecendo diversos materiais mais tecnológicos e menos nocivos à saúde humana e à natureza”, destaca José Pinheiro”
O diretor lembra que, ao longo da história, o sindicato tem priorizado as lutas em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores.
“Fomos os pioneiros, na década de 1980, em denunciar as mortes por uso do benzeno nas fábricas do Polo Petroquímico de Camaçari com a campanha “Operação Caça-Benzeno”, que ganhou grande repercussão nacional. Em consequência dessa ação, conseguimos criar instrumentos legais para controle e redução da exposição do trabalhador”, aponta.
Com outra campanha: “Não há Lucro que Pague uma Vida”, o Sindiquímica denunciou o descaso das empresas do Polo com a saúde dos trabalhadores.
“Seguimos firmes e unidos na luta em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores”, afirma Maicon Borges.