
Sindiquímica participa de seminário sobre os riscos do benzeno
Trabalhadores defendem que “não existe limites seguros de exposição ao benzeno”
No último dia 19 de fevereiro, diretores do Sindiquímica Bahia participaram do Seminário “Benzeno Cancerígeno: Avançar na redução dos riscos à saúde”, realizado pela Fundacentro em São Paulo.
Entre os assuntos debatidos no Seminário estavam o papel dos sindicatos na defesa da saúde dos trabalhadores, a vigilância e a regulamentação na atuação do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho e a mortalidade por leucemia de trabalhadores expostos ao benzeno.
O benzeno é considerado carcinógeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). Essa classificação mostra que existem evidências suficientes de riscos tanto em seres humanos, quanto em animais experimentais.
“A proteção dos trabalhadores no uso do benzeno pelas fábricas é uma luta antiga da classe trabalhadora, pois para a ciência não há limite seguro para exposição a esse produto cancerígeno. Infelizmente, o agente químico benzeno ainda está no dia a dia da maioria da classe trabalhadora, direta ou indiretamente”, destacou Francisco Moreira, diretor do Sindiquímica, presente ao seminário.
Defesa do VRT contra o LEO
Um dos temas mais relevantes discutidos no seminário está a posição contrária dos trabalhadores à adoção do LEO (Limite de Exposição Ocupacional), utilizado para outros agentes químicos e a defesa da permanência e atualização do VRT (Valor de Referência Tecnológico), que reconhece o risco permanente à saúde e estabelece o controle da exposição ocupacional ao benzeno.
“A imposição do patronato à utilização do LEO é um retrocesso irresponsável e um risco grave à saúde dos trabalhadores, pois não existe limite seguro para exposição ao benzeno. O movimento sindical está mobilizado contra esse absurdo e pela permanência do VRT, uma conquista dos trabalhadores”, reforçou Newton Siqueira, diretor do Sindiquímica, também presente ao Seminário na Fundacentro São Paulo.
A luta da classe trabalhadora é também pelo retorno da Comissão Nacional do Benzeno, que foi extinta no governo do ex-presidente Bolsonaro, com muitos prejuízos para esse debate.
“Na Comissão, a bancada dos trabalhadores tem se posicionado contra a imposição de um Limite de Exposição Ocupacional e exigido das empresas medidas de proteção à saúde dos trabalhadores”, completou Newton Siqueira
Mortes por benzeno
Estudo epidemiológico da Fiocruz, publicado em 2023, afirma a ocorrência de 1.917 óbitos por leucemia, câncer que ocorre na formação das células sanguíneas, devida à exposição ao benzeno, no Brasil. A estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é de 704 mil casos novos de câncer até 2025.
Saúde dos trabalhadores e trabalhadores é um direito, não se negocia.