Lula e Biden defendem fortalecimento dos sindicatos
“Não há democracia sem sindicatos fortes, porque os sindicatos são quem falam efetivamente pelo trabalhador”, disse o presidente do Brasil ao lado de Joe Biden.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lançaram hoje, em Nova York (EUA), uma parceria que visa fortalecer direitos trabalhistas nos dois países e fizeram uma forte defesa da importância do sindicato nas negociações de trabalho.
“Queremos criar, quem sabe, um novo marco na relação entre capital-trabalho, uma relação do século 21, civilizada. Todas as pessoas que acreditam que sindicato fraco vai fazer com que o empresário ganhe mais está enganado. Não há democracia sem sindicatos fortes, porque os sindicatos são quem falam efetivamente pelo trabalhador”, disse Lula, em encontro com Biden.
Chamada “Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras”, esta é a primeira iniciativa dos dois países relacionada a direitos trabalhistas. Segundo o Palácio do Planalto, o objetivo é não só aumentar o número de empregos como melhorar as condições empregatícias no Brasil e nos EUA, tão diferentes entre si.
No encontro, o presidente brasileiro destacou que é necessário discutir como valorizar os salários em um contexto de transição energética e crises nas democracias ocidentais.
“O trabalho está precarizado, o salário está aviltado, cada vez mais os trabalhadores trabalham mais e ganham menos”, disse Lula.
A fala do presidente do Brasil recebeu apoio do presidente norte-americano, que reforçou a importância da valorização do trabalhador.
“Não queremos que só uma classe se saia bem. Queremos que os pobres tenham oportunidades de subir na vida, e essa visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. É por isso que o meu governo tem sido chamado de o governo mais pró-sindicatos da história dos EUA. […] Os lucros sem precedentes devem se traduzir em salários mais altos, e por isso lançamos essa parceria para os direitos trabalhistas”, Joe Biden, em encontro com Lula.
Esta é a segunda vez que os dois se reúnem bilateralmente. Em fevereiro, Lula fez uma visita a Washington, pouco depois de assumir.
“É o renascer de um novo tempo na relação entre os EUA e o Brasil. Uma relação de iguais, soberana, de interesses comuns do povo trabalhador do seu país e do meu país”, confirmou Lula, analisando o encontro com Biden.